O NAPI Proteínas Alternativas é uma iniciativa do Governo do Estado do Paraná, feita através da sua agência de amparo à pesquisa, a Fundação Araucária (FA). A sigla NAPI refere-se a “Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação” e engloba um grupo de projetos fomentados pela FA. Desde 2023, o NAPI conta com um projeto especificamente focado na busca por soluções sustentáveis e inovadoras na produção de proteínas alternativas. Tal projeto visa atender à crescente demanda por fontes de proteínas mais diversificadas e com menor impacto negativo ao meio ambiente, aos animais e à saúde pública. Além disso, pretende contribuir para o fortalecimento do Estado do Paraná e do Brasil como produtores de alimentos, combinando pesquisas multidisciplinares para desenvolver as etapas essenciais para a produção de proteínas alternativas cultivadas.

O projeto foi escrito por seis professores de três universidades paranaenses, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM), formando assim uma rede de laboratórios no Estado e englobando atividades de pesquisa, ensino e extensão no campo da agricultura celular. Cada equipe dedica-se à pesquisa de temas específicos, como desenvolvimento de linhagens celulares e meios de cultura livres de insumos de origem animal; escalonamento de produção e processos; pesquisas sobre aceitação do consumidor e impactos socioeconômicos da nova cadeia produtiva; fontes vegetais para o desenvolvimento de ingredientes de meios e biomateriais; e avaliação da qualidade do produto final.

O NAPI Proteínas Alternativas busca, portanto, explorar novos caminhos na produção e utilização de proteínas alternativas, com o intuito de promover um sistema alimentar mais sustentável e adaptado aos desafios globais atuais. A criação e implementação do Laboratório de Zootecnia Celular (ZOOCEL) da UFPR é um dos objetivos centrais do projeto. O laboratório foi fundado oficialmente em 20 de setembro de 2022 no Setor de Ciências Agrárias, um dos campus da universidade, e é o primeiro laboratório da América Latina dentro de uma instituição de ensino superior pública dedicado exclusivamente à pesquisa e ao ensino sobre zootecnia celular e proteínas alternativas.

Coordenadora: Prof. Carla Forte Maiolino Molento (UFPR)

Este projeto, desenvolvido no âmbito do Núcleo EGITS (Estudos em Gestão da Inovação, Tecnologia e Sustentabilidade) e do Programa de Pós-graduação em Administração (PPGADM) da UFPR, possui  o  objetivo de  analisar  o  processo  de  inovação  a  partir  de tecnologias  voltadas  a  proteínas  alternativas  no  âmbito  de  seus  possíveis  impactos  sociais, ambientais, mercadológicos e organizacionais. A relevância temática resine na necessidade de melhor compreensão sobre como estruturar a  gestão em organizações e a  atuação junto a mercados que se abrem a partir dessas inovações, de modo a promover  conhecimentos aprofundados para fortalecer os potenciais impactos positivos junto à sociedade. Espera-se, como contribuição deste projeto de pesquisa, melhor esclarecer aspectos  pertinentes  às proteínas alternativas em relação a  conceitos  e  perspectivas  na  área  de  gestão  da  inovação,  incluindo  inovação  radical, incremental  e  disruptiva,  mudança  de  paradigma  tecnológico,  transição  sociotécnica  para  a  sustentabilidade, hélice tríplice da inovação, entre outros.

Coordenador: Prof. Dr. Rodrigo Luiz Morais da Silva (UFPR).

Alguns dos grandes desafios da produção comercial em larga escala de carne cultivada envolvem o desenvolvimento de scaffolds eficientes, escolha das linhagens celulares, uso de meios livres de soro fetal bovino e projeto do biorreator para produção de carne cultivada em grande escala. A pesquisa de novos scaffolds é um dos pontos mais importantes quando se trata de carne cultivada estruturada, pois normalmente as células cultivadas não conseguem formar estruturas tridimencionais sem eles. Nesse sentido, os scaffolds servem como uma matriz de suporte que permite a atividade celular (adesão celular, proliferação, diferenciação e regulação), facilitando o transporte de oxigênio e nutrientes essenciais para os tecidos. Portanto, para a produção de carne cultivada, a escolha dos biomateriais de scaffold é muito importante e espera-se com este projeto que os resultados possam contribuir com a pesquisa de scaffolds de origem vegetal para estruturação de cortes cárneos.

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Coordenadora: Prof. Dra. Silvani Verruck